
11 – João Maria Cavalcanti de Brito, nasceu no dia 23 de junho de 1848, na atual cidade de Jardim de Piranhas, na época distrito de Caicó, em uma fazenda chamada Logradouro do Barro. Filho de pais religiosos, o pai Amaro Cavalcanti Soares de Brito, e a mãe, Ana de Barros Cavalcanti, teriam grande influência na vocação do filho. Eles queriam um filho “doutor” e outro padre.
Aos 13 anos de idade, o futuro pároco seguiu para o Seminário de Olinda, em Pernambuco, onde fez os estudos de filosofia, teologia moral e dogmática e liturgia. Iria depois para o Seminário da Prainha, onde ordenou-se padre, no dia 30 de maio de 1871, aos 23 anos, seguindo, posteriormente diretamente para Caicó, onde celebrou sua primeira missa, no dia 10 de dezembro de 1871, na Matriz de Santana.
O padre João Maria morreu quando era responsável pela igreja de Nossa Senhora da Apresentação, que se tornaria a Catedral de Natal quatro anos depois. O padre João Maria morreu no dia 16 de outubro de 1905. Na ocasião, Natal passava por uma epidemia de varíola e muitas pessoas da cidade foram obrigadas a ficar isoladas nos morros do que hoje é Mãe Luíza, aonde o padre ia constantemente para visitar a população doente.
Segundo Relatos da época, ele fazia a comida dos enfermos e pegava água num cacimbão que existia onde hoje é a Ponta do Morcego. Tanto trabalhou que acabou adoecendo e o único médico da cidade, dr. Pedro Antunes, muito amigo dele, receitou-lhe repouso absoluto, depois de diagnosticar diabetes e estafa. Para descansar, o Padre João Maria foi para a casa de praia da família Brandão, no Monte Belo, hoje Petrópolis, onde acabou morrendo.
Três dias de perder os sentidos e morrer, deitado em uma rede de frente para o mar, o padre chamou um amigo e ditou as seguintes palavras, que deveriam ser imprensas e distribuídas entre a população: “O Vigário João Maria, gravemente enfermo, perde uma prece para que Deus Nosso Senhor lhe conceda a verdadeira contrição de seus pecados.” Isso comoveu ainda mais a população carente, que acompanhou com sentimento o enterro do padre, um símbolo na luta pela melhoria das condições de vida do povo carente.
Alguns anos depois da morte do padre João Maria, o monsenhor Eymard L’E. Monteiro e o monsenhor Emerson Negreiros tiveram a idéia de levantar uma igreja em homenagem a ele, no local onde havia morrido. A propriedade da casa, Aline Brandão, doou o terreno aos padres, onde foi construída a igreja de Nossa Senhora de Lourdes, mas que ficou conhecida até hoje como a Igreja Padre João Maria. O Altar da igreja fica exatamente no local onde o padre João Maria estava deitado quando faleceu.
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